Machado de Assis nos deixou, entre tantas outras pérolas de sua insuperável produção literária, o impecável romance Dom Casmurro; e, com ele, o imortal enigma que permeou a separação dos dois personagens centrais da trama: de um lado, Bento Gonçalves, o Bentinho; do outro, Capitolina, filha do lar dos Páduas — a encantadora Capitu.
Nesta novela que ora vem a lume, o autor lança um olhar investigativo sobre a convivência amorosa, nascida na adolescência de ambos, entre Bentinho e Capitu; e sobre o principal motivo da ruptura dos laços matrimoniais do casal que eles formaram ainda na mocidade: a infidelidade conjugal de Capitu, cujo filho, Ezequiel, seria, segundo Bentinho, fruto proibido da geleia seminal de outro varão, Escobar, seu melhor amigo.
Ao lado dessa investigação, o autor relata diversos momentos de sua própria história e da história de Nuno Dias, um luso-brasileiro com quem ele conviveu por quase vinte anos. É dessa convivência, em cotejo com o enredo do romance Dom Casmurro que se alimenta o texto da presente ficção.