Quem nunca sonhou com um desencarnado? Quem nunca ouviu alguém da família dizer que, no momento da morte, um parente seu falou com um espírito ou disse que o estava vendo? Quem nunca ouviu dizer que fulano ou beltrano viu uma luz? Que uma alma do outro mundo veio, através de um sonho, dar um aviso, uma notícia, anunciar a morte ou o nascimento de alguém? Quem nunca soube que um morto veio dar um palpite no jogo do bicho? Que fulano ou sicrana deu um troço e baixou alguém que já havia morrido?
Que uma entidade foi vista em uma casa por uma ou mais pessoas? Que alguém já ouviu um barulho ou sentiu um cheiro estranho no ar? Que outro, depois do coma, narrou coisas que viu e ouviu em um lugar estranho? Que alguém já foi beneficiado com um procedimento cirúrgico de ordem espiritual? Enfim, são histórias e estórias que sempre vieram à baila em todas as famílias e que denotam, por detrás do folclore criado em torno delas, certa semelhança de forma e de conteúdo que retrata a interação dos vivos com os mortos, segundo a carne.